BIOGRAFIA

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco nasceu em Lisboa em 16 de março de 1825 em São Miguel de Saide, era filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco e Jacinta Rosa do Espírito Santo os quais não eram casados, por isso Castelo Branco só teve sua paternidade reconhecida em 1829, como filho de mãe incógnita.

Primeiro visconde de Correia Botelho e também primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente dos seus escritos literários, romancista português, cronista, crítico, dramaturgo, poeta, tradutor e historiador, Castelo Branco teve uma vida atribulada, passional e impulsiva o que lhe serviu de inspiração para escrever suas novelas.

Ficou órfão de mãe com um ano de idade e de pai aos dez anos, o que lhe causou insatisfação com a vida. Castelo Branco viveu com uma tia de Vila Real, em seguida com uma irmã mais velha, Carolina Rita Botelho Castelo Branco, em Vilarinho de Samardã, em 1839, recebendo uma educação irregular através de dois padres de província.

O autor casa-se com Joaquina Pereira em 1841, que ainda não completara quinze anos, mas seu casamento parece ter sido resultado de uma paixão juvenil e logo abandona a mulher com uma filha.

Em 1843 tenta, em vão, o curso de medicina, no Porto de Coimbra. Ingressa no Seminário Episcopal do Porto em 1850, após uma crise religiosa, porém desiste de sua intenção de se ordenar em 1852.

O seu caráter instável, irrequieto e irreverente leva-o a amores tumultuosos, como por exemplo, Patrícia Emília, uma órfã descendente de famílias distintas, tinha vocação para canto e piano quando em Vila Real no ano de 1846, rapta e foge com ela para o porto. Abandona-a logo em seguida. Logo após manteve intimidades com a freira Isabel Cândida Vaz Mourão.

Apaixona-se em 1857 por Ana Plácido, casada com Pinheiro Alves, a qual em 1859 abandona o marido e é processada por adultério, porém em 1861 Camilo e Ana Plácida são absolvidos e passam a viver juntos.

Em 1885 é lhe concedido o título de visconde de Correia Botelho e posteriormente, a 9 de Março de 1888 casa-se finalmente com Ana Plácido.

Camilo passa os últimos anos da sua vida ao lado de Ana Plácido, não encontrando a estabilidade emocional que ansiava. As dificuldades financeiras, e os filhos dão-lhe enormes preocupações: considera Nuno irresponsável e Jorge sofre de uma doença mental.

A progressiva e crescente cegueira (causada pela sífilis), impede Camilo de ler e de trabalhar capazmente, onde mergulha num enorme desespero.

Camilo Castelo Branco, depois da consulta a um oftamologista que lhe confirmara a gravidade do seu estado, em desespero desfere um tiro de revólver na têmpora direita, às 15h15 de 1º de Junho de1890, acabando por morrer às 17h00 desse mesmo dia.